Proteção dos Pés a Cabeça - Parte 1
10:21
Ramon Medeiros Brandão
Motos Dicas
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Começando mais uma série de postagens, dessa vez abordaremos os equipamentos de proteção dos motociclistas. Como o próprio nome sugere iniciaremos dos Pés a Cabeça.
PÉS NO CHÃO
Sabe-se que equipamentos de segurança e motocicletas devem andar sempre juntos, embora muitos motociclistas apenas lembrem do capacete quando se fala em equipamento de segurança, exitem outros equipamentos que também tem a função de evitar lesões mais graves ao motociclista que leva um tombo. Nessa postagens abordaremos a tecnologia empregada nas botas de motociclistas.
As botas tem a principal função de proteger os dedos do pé e evitar lesões nos tornozelos, devem ainda ter grande resistência a abrasão, no caso de queda. Essa proteção dos pés é fundamental, pois esses são o ponto de contato com o solo e atuam na pilotagem como transpositores de peso, ajudando a levar a moto de um lado para o outro.
O desafio de construir uma bota off-road pode ser tão meticuloso e desafiador quanto o projeto de um capacete eficiente. Ela tem de ser resistente e leve. Rígida para não permitir torções, porém sem limitar os movimentos dos pés, e oferecer conforto sem tirar a sensibilidade, crucial, por exemplo, para dosar as frenagens da traseira. Os pés de um piloto, diferentemente dos de um viajante, nem sempre repousam com a sola sobre as pedaleiras. Além de se movimentar mais e suportar até saltos, também devem trocar de marchas e frear com maior frequência e intensidade
No fim da década 60, quando o motociclismo esportivo se popularizou, surgiram muitas empresas especializadas na fabricação de botas especiais. Algumas delas já faziam sapatilhas de ciclismo ou sapatos de montanhismo, quase todas europeias.
As botas de motocross e trilhas começaram por perder o cadarço, passível de enrosco - além, é claro, de darem um tremendo trabalho para colocar e retirar. Uma bota de competição tem que ter um sistema rápido e fácil de abertura e fechamento, até para não cansar o piloto. O calcanhar, os dedos e a canela logo receberam reforços de plástico rígido, costurados no couro, também resistente e espesso.
No off-road, pedras e troncos fazem parte do caminho. As pontas dos pés e os ossos finos dos artelhos (dedos dos pés) são áreas críticas em impactos. Uma biqueira de aço passou a ser instalada na extremidade das botas. Esse reforço metálico tem dupla função: serve também para finalizar a costura e o acabamento das várias camadas de solas, deixando assim uma boa distância entre o solo e os pés do piloto. Claro, também protege os dedos dos pés.
Bota atual usada em percursos Off-Road |
Se o peso é importante para as botas de cross, ele é ainda mais determinante quando esses equipamentos são destinados ao uso em pistas de motovelocidade. Assim, todas as partes metálicas, antes de chapa de ferro, passaram a ser feitas de titânio (metal mais duro e muito mais leve), como no caso dos raspadores do osso metatarso (a parte externa central) e do calcanhar. Acredite: antes dos raspadores metálicos para a região do metatarso, muitos pilotos terminavam as provas com os dedinhos sangrando, em carne viva. Mesmo sem cair, claro, pois raspar a porção externa das botas no asfalto também é parte dos procedimentos de pilotagem de competição. A vida dos protetores de plástico para essa região foi efêmera, pois eles precisavam ser continuamente repostos.
Bota utilizada em provas de Motovelocidade |
Uma bota à moda antiga, cheia de partes duras e talas rígidas, pode incomodar o piloto depois de algumas voltas, causando desconforto e perda de concentração. E o conforto, aqui, portanto, também é fator de competitividade.
O solado, além de ser aderente para não deixar os pés escaparem das pedaleiras, deve reduzir a chegada de vibrações ao piloto. Há no mercado uma bota que conta com um sistema de gel e espuma moldável. Uma vez calçada, ajusta-se e "memoriza" a forma do pé do piloto, adaptando-se da melhor maneira possível.
Para os motociclistas "normais" (existe algum?), que frequentam ruas e estradas, a grande evolução nas botas está nos sistemas impermeáveis, capazes de manter os pés sempre sequinhos, mesmo sob chuva. O conhecido e caro tecido GoreTex é uma espécie de membrana que não deixa a água entrar, mas que permite extrair a umidade e transpiração, uma dádiva em temperaturas baixas.
Botas indicadas para o motociclista "normal" |
Fonte: 4 Rodas Moto
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