5 Melhores Mavericks do Brasil - parte 4
07:29
Ramon Medeiros Brandão
Carros Antigos
0
comentários
Continuando com a nossa série sobre os 5 melhores Mavericks do Brasil, mostramos dessa vez um modelo de 1974 que recebeu o coração de uma Ford Ranger V6.
O verdadeiro sonho de qualquer admirador dos Mavericks é o modelo com motor V8, só que diferentemente da década de 80, esses motores dificilmente são encontrados em modelos originais do Ford Maverick. Então a saída para quem deseja desfilar por ai com um V8 fica na adaptação, só que mesmo motores desse tipo são difíceis de encontrar, ou muitas vezes ficam tão caros que vale mais a pena desistir do sonho do V8.
Diante dessas dificuldades o dono desse Maverick encontrou uma solução muito engenhosa: equipar seu Maverick de seis cilindros em linha com o motor V6 da picape Ford Ranger.
A história dessa adaptação teve início em junho de 2001. Evandro, da oficina Jet Carb, recebeu em seu estabelecimento um senhor idoso, que havia trazido um Maverick Super Luxo cupê 1974, cor Azul Portela metálico, para fazer uma revisão no carburador. A ideia do proprietário, que comprara o carro 27 anos atrás, era colocar a mecânica em ordem e vender o veículo. E o serviço era mesmo necessário: segundo Evandro, o carro, que ainda ostentava placa amarela, havia ficado parado por cerca de 3 anos, apresentando pintura encardida e revestimento do teto mofado, além de pequenos pontos de ferrugem.
Independente disso, o Maverick impressionava, ainda tinha pintura de fábrica, supercalotas, motor Willys 184 (ver box), alavanca de câmbio na coluna de direção, banco dianteiro inteiriço (encosto rebatível) e todo o estofamento original. Para completar, o tal senhor, já com 70 anos de idade, ainda tinha o manual e as notas fiscais do carro. O preço do cupê? Apenas R$ 4,5 mil!
NOVO CORAÇÃO
Todos sabem que, quando se fala em Maverick de seis cilindros, logo vem à cabeça um carro de mecânica resistente, mas tão “manco” quanto “gastão”. Daí, como o carro era muito íntegro e merecia um desempenho coerente com seu aspecto, Evandro decidiu substituir o velho propulsor, com válvulas de admissão no cabeçote e de escapamento no bloco, pela usina de força da picape Ford Ranger V6.
Esse motor a gasolina, com diâmetro e curso de 100,0 x 84 mm, 3.958 cm3, 12 válvulas, taxa de compressão de 9,0:1, injeção multiponto sequencial EEC-V e potência que oscila, pela norma SAE, entre 162 (31,1 mkgf a 2.750 rpm) e 210 cv (33 kgfm a 3.000 rpm), tem uma história bem interessante. Denominado “Cologne” (pois surgiu na cidade alemã de mesmo nome), ele começou a ser produzido em 1968 e é derivado do V4 de 1.200 cm3 do Ford Taunnus 1962.
Nessa adaptação foi utilizado também o câmbio de 5 velocidades que equipava a Ranger. Durante todo o processo de adaptação surgiram vários problemas que tiveram solução muito engenhosa, utilizando peças de outros veículos, como a caixa de direção do Chevrolet Opala, e também alguma adaptações foram necessárias.
Em 2005 o veículo passou por outra modificação, dessa vez focada mais na estética, nessa etapa foram retirados alguns pontos de ferrugem, foi refeito o estofamento interno, e inclusos alguns instrumentos de medição.
Na parte mecânica foram colocados os discos de freio do Chevrolet Diplomata 1992, os amortecedores comuns foram trocados por modelos Cofap turbogás.
Essa foi uma receita de como se pode transformar um carro que já era bom em um melhor ainda, unindo a fácil manutenção e o baixo custo em relação a um motor V8 302.
Fonte: Revista Rod&Custom
Confiram a História do Maverick.
Acompanhe a série: Parte 1; Parte 2; Parte 3.
0 comentários: